Rastreador ajuda mesmo a encontrar a mala: g1 testou 3 modelos
Avaliação com aparelhos da Eufy, Geonav e Samsung mostra que é difícil ficar sem saber onde está a mala no aeroporto, mas recursos funcionam só para quem tem iPhone ou Galaxy. Guia de Compras: teste de rastreadores
Veronica Medeiros/g1
O rastreador ajuda a reduzir um dos maiores medos em uma viagem de avião: o da companhia aérea perder ou esquecer as malas em algum local.
Com ele, é possível monitorar a bagagem o tempo todo pelo celular, da esteira do check-in ao destino final.
O produto também serve para localizar outras coisas – pode ser colocado na coleira do bicho de estimação, no chaveiro de casa ou até mesmo na carteira – e nunca mais perder os objetos por aí.
São itens pouco maiores que uma moeda de R$ 1. Mas tem uma pegadinha: eles só funcionam com celulares da Apple ou da Samsung.
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O Guia de Compras avaliou três modelos de rastreadores lançados em 2023. São eles:
Eufy SmartTrack Link
Geonav MyFinder Card
Samsung Galaxy SmartTag2
Eles utilizam uma rede de vários telefones conectados para ajudar a rastrear o objeto que precisa ser localizado. Como funciona? Se conectando de forma anônima a celulares por perto para identificar o lugar onde está.
Dois deles – o da Eufy e da Geonav – funcionam somente com iPhone. O da Samsung serve para uso apenas com os aparelhos da marca.
A Apple tem um produto similar, o AirTag, lançado em 2021 – leia o teste.
Veja o resultado da avaliação s a seguir e, no final, a conclusão.
Eufy SmartTrack Link
O Eufy SmartTrack Link é um rastreador que funciona da mesma forma que o AirTag, da Apple (veja o teste), mas é mais barato.
No final de janeiro, o modelo da Eufy saía na faixa dos R$ 250 nas lojas on-line consultadas. Para comparação, o da Apple custava R$ 370.
É um produto com design quadrado, com bordas arredondadas e suporte para prender o item a outros objetos. A fabricante não informou as medidas e o peso.
Eufy SmartTrack Link
Henrique Martin/g1
Sua bateria dura 1 ano, de acordo com a fabricante, e pode ser substituída de maneira fácil.
O rastreador da Eufy é compatível com a rede Buscar (“Find My”), da Apple – assim como o Geonav MyFinder Card.
Isso significa que esses dispositivos foram certificados para utilizar a rede de celulares, tablets e notebooks da Apple para localizar itens como o SmartTrack Link de forma anônima. Todo iPhone por perto consegue identificar que a tag está ali.
Para ativar, basta abrir o aplicativo Buscar no iPhone e adicionar aos Itens. Depois, é preciso apenas dar um nome para o dispositivo e ele já aparece na lista, junto com sua localização.
No Buscar, é possível ativar o modo Perdido. Esse recurso só deve ser ativado se o item for realmente perdido ou estiver fora do alcance.
Ele bloqueia o emparelhamento da tag com outras contas Apple e mostra uma mensagem no iPhone próximo de quem encontrar o item.
O rastreador da Eufy também conta com um QR Code com a mensagem – em inglês – “se encontrado, escaneie o código” para ajudar na recuperação.
Durante os testes, o app Buscar sempre mostrou onde estava a bagagem. O rastreador foi colocado em uma mala despachada.
Como ocorre no MyFinder Card, da Geonav, e no próprio AirTag, é possível escolher o tipo de visualização das ruas – mapa padrão ou visão por satélite.
Buscar, da Apple, à esquerda, e Eufy Security, à direita: funções similares no rastreador
Reprodução
A fabricante também tem um app adicional (Eufy Security) que traz um recurso extra: configurar o rastreador para localizar o telefone – dois toques no botão do dispositivo e, alguns segundos depois, o iPhone começa a tocar um alerta.
Isso o modelo da Geonav nem a AirTag da Apple conseguem fazer.
Geonav MyFinder Card
O Geonav MyFinder Card também é um rastreador que funciona do mesmo modo que o Eufy SmartTrack Link, utilizando a rede Buscar da Apple para localizar o item.
O produto, o mais barato do teste, custava R$ 230 nas lojas da internet pesquisadas em janeiro.
Sua grande diferença em relação ao rastreador da Eufy está no design: ele tem o tamanho de um cartão de crédito.
Geonav MyFinder Card
Henrique Martin/g1
Ele pesa 189 gramas e mede 86 x 54 mm, podendo ser usado na carteira ou colocado em malas e mochilas. Mas não tem um furo para prender uma alça ou corrente.
A bateria do MyFinder Card dura, segundo a fabricante, até três anos – o maior tempo entre os três dispositivos avaliados.
Mas, diferente dos concorrentes no teste, o formato de cartão não permite a troca da bateria. O cartão nem tem como ser aberto pelo consumidor para realizar esse procedimento.
Seu funcionamento é similar ao produto da Eufy: utiliza a rede Buscar da Apple. Sua configuração e recursos são os mesmos integrados ao aplicativo da fabricante do iPhone.
Durante os testes, em um primeiro momento o MyFinder Card funcionou corretamente: indicou a localização do item no mapa.
O problema? O item foi colocado durante toda a viagem na carteira – que ficou no bolso traseiro da calça.
Como o MyFinder Card tem um botão na parte superior, o ato de sentar pressionou esse botão, que fez com que o dispositivo iniciasse sozinho o processo de reconfiguração como um novo equipamento.
E isso é demonstrado com vários apitos que não param. Com isso, o rastreador perdeu sua configuração com o iPhone que estava pareado.
Rastreador da Geonav foi encontrado em dois locais, mas ficou “preso” em San Jose
Reprodução
No fim dos testes, o dispositivo “voltou” para o Brasil junto com a carteira, mas na teoria ainda está em um hotel na Califórnia.
O modelo da Geonav não requer o uso de um app adicional, como ocorre com o rastreador da Eufy.
Samsung Galaxy SmartTag2
O Samsung Galaxy SmartTag2 é a versão mais recente do rastreador (veja o teste do SmartTag original) – que usa a rede de smartphones da Samsung para ajudar a encontrar o objeto perdido.
Mas para poder usar um deles é preciso ter um celular da própria marca. O aparelho não funciona com iOS nem com outros smartphones com sistema Android.
Nas lojas da internet, o rastreador era vendido por R$ 260 no final de janeiro, o mais caro entre os produtos do teste.
A principal mudança em comparação à primeira geração do produto é o design. Sai um formato quadrado e entra um mais alongado, com um buraco grande para prender uma corrente ou chaveiro.
O dispositivo pesa 13,7 gramas e mede 28,8 x 52,4 x 8 milímetros (largura x altura x profundidade).
Samsung Galaxy SmartTag2
Henrique Martin/g1
Toda a configuração é feita pelo aplicativo SmartThings, que serve de central de produtos conectados da Samsung e outras marcas.
O SmartThings indica o nível da bateria, que pode ser trocada. A Samsung afirma que a bateria dura até 500 dias (quase 1 ano e meio) em modo normal. Se o modo de economia de energia for ativado, pode chegar a quase 2 anos.
De qualquer forma, ainda é menos tempo que os 3 anos estimados do rastreador da Geonav.
A instalação do rastreador é feita pelo aplicativo SmartThings. É simples e parecida com os modelos da Geonav e da Eufy.
O botão multifuncional pode ser programado para controlar a casa inteligente, como acender e apagar lâmpadas inteligentes, ou enviar notificações, por exemplo. Também localiza o telefone, caso seja necessário.
O Galaxy SmartTag2 foi colocado em uma mochila para o teste, levada a bordo.
Funcionou direito, mas deu a mesma impressão do primeiro modelo da marca – a localização demora mais um pouco que os rastreadores compatíveis com a rede Buscar, da Apple.
Mas isso pode ter a ver com a proximidade de mais iPhones do que celulares Galaxy por perto durante o rastreamento.
SmartThings: app mostra o histórico de localização da tag e como localizar o item
Reprodução
Um diferencial é o recurso de Visualização em Bússola, que permite utilizar realidade aumentada para encontrar o objeto perdido de forma mais fácil.
Mas essa funcionalidade só é válida para quem tem alguns aparelhos mais caros da marca, como o Galaxy S23 Ultra, o S24 Ultra ou o dobrável Galaxy Z Fold5.
Como o teste foi feito com o rastreador ligado a um Galaxy Z Flip4, não foi possível avaliar o recurso.
Conclusão
COMO FORAM FEITOS OS TESTES: Os três rastreadores foram utilizados desde dezembro em uma mochila em São Paulo.
No meio de janeiro, os produtos foram até os Estados Unidos: o da Eufy foi na mala despachada, o da Geonav, na carteira, e o da Samsung, em uma mochila.
Os rastreadores foram escolhidos por terem sido lançados em 2023 e serem as opções mais recentes disponíveis nas lojas on-line.
O Apple AirTag, que realiza a mesma função dos itens da Eufy e da Geonav, foi testado em 2023.
Todos os rastreadores foram enviados por empréstimo e serão devolvidos.
MAIS FÁCIL: Os modelos da Eufy e da Geonav são os mais simples e amigáveis de configurar, por conta da integração com o app Buscar, da Apple.
A configuração é rápida e seus recursos são informados com facilidade para qualquer pessoa.
MAIS VERSÁTIL: o Samsung Galaxy SmartTag2 pode ser usado como controle remoto para itens da casa inteligente, o que é uma vantagem na comparação com os dois concorrentes.
MELHOR CUSTO/BENEFÍCIO: o modelo da Eufy é um pouquinho mais caro que o da Geonav, mas seu formato e recursos adicionais tornam o produto a melhor opção na relação custo x benefício entre os rastreadores avaliados.
DÁ PARA TROCAR A BATERIA? Sim, nos modelos da Samsung e da Eufy, que usam baterias do tipo CR2032, aquela com formato de “moeda”. Quando o app (SmartThings ou Buscar) indicar pouca energia, basta desencaixar a tampa dos produtos e trocar a pilha.
O modelo da Geonav usa uma bateria interna que não pode ser trocada, mas que a fabricante diz que dura até 3 anos. Depois disso, é preciso mandar o dispositivo para reciclagem.
E quem não tem Galaxy ou iPhone?
O teste do Guia de Compras foi feito apenas com esses três produtos que funcionam apenas com Galaxy ou iPhone.
Mas existem modelos de outras marcas – como o TileMate – que atuam de forma similar, mas mais limitada para localizar itens.
Também é possível optar por rastreadores bluetooth que não utilizam essas redes anônimas de celulares, mas estão limitadas ao alcance próximo ao celular, com o Geonav MyFinder (veja o teste).
*Colaborou Victor Hugo Silva
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