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‘Muitos pensam que o cara da quebrada não pode ser passivo no sexo’, diz Bruno ZL, um dos maiores criadores de conteúdo +18 do Brasil

Jovem paulistano entrou no OnlyFans e no Privacy em 2022. Atualmente, ele está em mais duas plataformas e conta como elas transformaram a sua vida. Bruzo ZL
Arquivo pessoal
“Eu busco vender uma verdade, por isso sempre uso esses óculos Juliet”. A fala é de Bruno ZL, de 23 anos. Para ele, é muito importante manter o “estilo marrento” nas nudes e nos vídeos de sexo vendidos no OnlyFans, Privacy e em mais duas plataformas +18.
“[Esse meu look] representa os meninos da periferia, de onde eu vim, a Vila Ema, na Zona Leste de São Paulo”, diz Bruno, popularmente conhecido como “Novinho da ZL”.
Assim como muitos brasileiros, o jovem recorreu à venda de conteúdo adulto para levantar uma grana. Uma reportagem do g1 publicada nesta semana contou os bastidores, as estratégias e a rotina de quem ganha a vida vendendo nudes e vídeos de sexo em sites +18.
Em média, esses profissionais mais populares dizem que é possível tirar de R$ 20 a 50 mil por mês. Mas esses valores podem chegar a R$ 100 mil, de acordo com João Finamor, professor de marketing digital da ESPM que acompanha esse mercado de perto.
‘Meus vídeos sendo passivo são os que mais bombam’
Bruno ZL é um dos principais influencers de conteúdo adulto no universo gay, por isso ele grava transando com outros homens. Só nas redes sociais convencionais, são milhões de seguidores — no X (antigo Twitter), onde compartilha prévias de seu trabalho (conteúdo explícito), são mais de 1 milhão de seguidores.
Os primeiros conteúdos foram publicados em 2022, por influência de um amigo que já produzia conteúdo +18 no OnlyFans. Formado em direito, em sua decisão, pesou também a demissão de um estágio em um escritório de advocacia, no qual recebia R$ 500 por mês.
Como todo criador que está na internet, o de conteúdo adulto também está exposto a ataques e críticas. Bruno, por exemplo, não se livrou de estereótipos e de preconceitos por conta do visual:
Muitos pensam que o cara da quebrada não pode ser passivo no sexo, e eu tento quebrar esse pensamento. Por que eu, cheio de marra, tenho que ser só ativo? Curiosamente, os meus vídeos sendo passivo são os que mais bombam porque mexem com o imaginário de quem assiste.
⚠️ Entre homossexuais, os termos ativo e passivo indicam suas preferências na hora do sexo. Em outras palavras, o ativo é quem penetra; o passivo é quem recebe a penetração.
No início, a rejeição dos familiares também pesou, mas Bruno não desistiu. “A minha família é muito conservadora, cristã, e foi difícil. Aconteceu uma vez de mostrarem um dos vídeos para o meu pai, e ele quase teve um infarto. Ficamos sem falar por um tempo. Hoje, está mais tranquilo, mas não tocamos nesse assunto”.
Estratégias de crescimento
Bruno ZL
Reprodução/Instagram
Bruno está presente em quatro plataformas: OnlyFans, Privacy, 4MyFans e OnNowPlay, sendo a primeira a que mais rende dinheiro. “No OnlyFans, dá pra vender conteúdo exclusivo e os gringos gastam mais lá”, afirma.
Novinho lembra que, depois que começou a fazer mais vídeos como passivo, ele ficou mais popular, especialmente no X (antigo Twitter), que é o seu “portfólio”. “Todo criador +18 precisa estar ali. Eu fui pra fora, conversei com criadores gringos e todo mundo reconhece o X como essencial para crescer”.
O X é a única mídia social com brecha para postagem de fotos e vídeos eróticos. Alguns deles também usam o Instagram e o TikTok, mas a rede de Elon Musk continua sendo a principal e a que mais ajuda a faturar.
Por segurança, ele prefere não revelar seus ganhos, mas reforça que está muito satisfeito com os valores que recebe. Apesar disso, Bruno já cogita pausar: “Eu não me vejo fazendo isso daqui a dois ou três anos. Eu penso em parar para fazer outras coisas. Até porque eu sou formado e posso voltar para o direito”.
Cuidados com a saúde
Bruno ZL produz conteúdos 18+ desde 2022
Arquivo pessoal
Assim como outros criadores profissionais, Bruno ZL faz exames regularmente para evitar infecções sexualmente transmissíveis. Inclusive, ele só grava com outros meninos após a troca de exame entre eles.
“Se a pessoa preferir gravar de camisinha, tudo bem, perfeito. Mesmo eu tomando Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), eu prefiro com preservativo se a pessoa se sentir bem. Não é uma coisa jogada. Por trás, tem todo esse cuidado”, diz.
Ele também ressalta que não é uma máquina de prazer. “É engraçado que as pessoas acham que transamos sem parar. Não somos uma máquina de sexo. No começo, eu cheguei a gravar cinco vezes por semana. Hoje, eu fico até 1 mês sem produzir”, afirma.
“Eu tenho priorizado a qualidade do que a quantidade”, completa.
Os bastidores, as estratégias e a rotina de quem ganha a vida vendendo vídeos de sexo
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