Passarela muito cobrada por moradores após mortes no Manu Manuela, em Maricá, é inaugurada
Estrutura foi aberta à população um ano e cinco meses depois de acidente que matou duas pessoas e deixou outras três gravemente feridas no trecho da RJ-116. Passarela foi instalada no loteamento Manu Manuela após dois acidentes com morte no trecho de RJ-116
Clarildo Menezes/Prefeitura de Maricá
A tão esperada passarela do loteamento Manu Manuela, em Maricá, na Região Metropolitana do Rio, foi inaugurada nesta quinta-feira (7).
A estrutura foi aberta à população um ano e cinco meses depois do grave acidente que matou Edson Santos e Cassilda Lírio, em outubro de 2022. Outras três pessoas ficaram gravemente feridas no acidente.
Em julho de 2023, um senhora de 83 anos também morreu após ser atropelada no mesmo local.
A estrutura é uma reivindicação dos moradores antes mesmo dos acidentes, já que atravessar a RJ-116 sempre foi uma dificuldade para os moradores do loteamento.
Como a rodovia é de responsabilidade estadual, havia certa dificuldade em conseguir a implementação da passarela, mas depois do acidente, com as cinco vítimas, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) autorizou o município a custear e realizar a obra.
A construção da passarela teve início em 12 de junho de 2023, com previsão de término em cinco meses. O remanejamento de postes de energia fez com que a obra fosse paralisada por um período. Em dezembro, a Prefeitura informou que a estrutura seria entregue na primeira quinzena de janeiro, o que não aconteceu.
Nesta quinta-feira, moradores do loteamento, membros da associação de moradores, vítimas e parentes das vítimas do acidente de outubro de 2022 estiveram presentes na entrega da passarela. Uma oração pelas vítimas foi realizada durante a cerimônia de entrega da estrutura.
“Para mim como filho de uma vítima [que morreu no local] e enteado de outra, que ainda está se recuperando, é um mix de sentimentos. A gente fica feliz porque sabe que outras pessoas não vão precisar correr o risco de atravessar a pista, então dá uma sensação melhor de segurança. Por outro lado, fica a tristeza, o sentimento de que se tivesse construído antes, minha mãe ainda estaria aqui, as outras pessoas também, e a vida seria completamente diferente. Minha mãe poderia ter visto meu filho. Mas como morador da cidade, a gente tem que agradecer muito”, comentou Pablo Lyrio, filho de Cassilda Lyrio, que morreu no acidente de 5 de outubro.
Durante a entrega da estrutura, a presidente da Associação de Moradores do Manu Manuela, Thayná Vila Real, falou sobre a importância da população usar a passarela na hora de atravessar, e não se arriscar passando por baixo dela, como acontece em outros pontos da rodovia.
“A gente sabe que dá pra passar por baixo, porque não vai ter a cerca de proteção, mas a gente tanto pediu, fizemos manifesto pacífico para que hoje a gente tivesse a passarela, então, a gente tem que conscientizar os moradores de que eles precisam passar por cima da passarela. E quem tem dificuldade, tem gente que tem fobia, a gente ajuda devagarinho. A gente dá a mão à pessoa, vai junto. Isso é um dever nosso como cidadão”, disse.
Outras duas passarelas também estão sendo construídas pelo município ao longo da Rodovia Amaral Peixoto. A estrutura do Parque Nanci está em fase final de construção, recebendo o serviço de pintura e deve ser inaugurada em breve. A outra estrutura fica em frente ao Hospital Municipal Dr Ernesto Che Guevara, em São José do Imbassaí, com cerca de 30 metros de comprimento, elevador, escada e rampa.
As obras foram autorizadas pelo Departamento de Estradas de Rodagens (DER-RJ), órgão estadual responsável pela via. O município também projeta a construção de uma passarela na altura do loteamento Vivendas, em Inoã. A iniciativa está em fase licitatória, de acordo com a Autarquia de Obras de Maricá (SOMAR).