Vanessa Lopes: quem é a influenciadora com mais de 30 milhões de seguidores que deixou o ‘BBB 24’
Participante do reality abandonou o confinamento nesta sexta. Conheça Vanessa Lopes, tiktoker que já tem quase 1 bilhão de likes
Após criar uma série de teorias da conspiração, chorar com frequência e confrontar os outros participantes do BBB24, a influenciadora Vanessa Lopes apertou o botão de desistência do confinamento e deixou o reality nesta sexta-feira (19).
Nos últimos dias, Vanessa se tornou um dos assuntos mais comentados da rede social ‘X’, o Twitter. Internautas questionavam a saúde mental da agora ex-BBB e até os pais da influenciadora se posicionaram nas redes.
Quem é Vanessa Lopes?
A brasiliense Vanessa Lopes tem 22 anos e hoje mora em São Paulo, mas foi criada em Recife, Pernambuco. É dançarina e criadora de conteúdo, tem mais de 30 milhões de seguidores em suas redes sociais.
Por hobby, começou a gravar vídeos dançando aos 13 anos. O conteúdo foi se espalhando pela internet e, hoje, além das coreografias virais, destaca-se pelas publicações sobre maquiagem, fitness e rotina familiar.
“Gosto de me jogar em tudo que me aparece pela frente”, comenta Vanessa, que também se descreve como uma mulher comunicativa e sociável. Ler livros sobre Psicologia e estudar a mente humana estão entre seus hobbies. Segundo a influenciadora, seu senso de justiça é tão grande que, às vezes, extrapola: compra mais as brigas dos outros do que as dela mesma.
Segundo Vanessa, a maior parte de seu público é composto por crianças e adolescentes, que se engajam em seus vídeos de dança.
Vanessa Lopes tem quase 30 milhões de seguidores no TikTok
Reprodução/ Instagram
A “vitrine virtual” já lhe rendeu contratos com marcas nacionais e internacionais, indicações a prêmios, linha de maquiagem com seu nome e também participações em músicas e clipes.
Além disso, como integrante do Programa Criativo Beta, Vanessa monetiza alguns dos vídeos que publica na plataforma.
Ela faz postagens todos os dias, mas nem todas viram dinheiro. Nos últimos dois meses, sua média de ganhos com o programa foi de R$ 6.250.
Seu dia a dia se divide entre a atualização diária de quase todas as suas redes — além do TikTok, ela mantém perfis no Instagram, no Twitter e no YouTube, onde posta com menor frequência — além de ações publicitárias e colaborações feitas diretamente com marcas.
Profissão TikToker: criadores revelam caminhos para ganhar dinheiro na rede social
Famosa antes do Tik Tok
Negócio bilionário: por que muitos ainda dizem que influencer não é ‘trabalho sério’?
A história de Vanessa com o TikTok começou antes de o próprio aplicativo existir.
Em 2014, com 13 anos, ela mantinha um perfil no finado Musical.ly, plataforma onde usuários gravavam e postavam vídeos com duração de 15 segundos a um minuto, acompanhados por música.
O perfil Musical.ly tfoi criado em 2014 e vendido para a ByteDance em 2017, onde ganhou o nome TikTok.
Com a venda, todas as pessoas cadastradas no Musical.ly foram automaticamente integradas à rede social chinesa.
“Para mim, foi como se não tivesse mudado. Gravo conteúdos no estilo do TikTok desde que tinha 13 anos”, resume Vanessa.
Ela seguiu gravando, simplesmente porque se divertia com a atividade, que a permitia praticar a chamada de dança de cintura. “Eu fazia muito belly dance, pegava referência das meninas que eram famosas na França, na Espanha.”
Naquela época, dez anos atrás, Vanessa ainda estava no ensino médio e usava o app para se comunicar com amigos. Postava três vezes por mês: “Gravava raramente, quando lembrava, para amigas e amigos verem”.
A diversão começou a ganhar ares de seriedade com o início da pandemia, quando Vanessa já estava na faculdade de publicidade. Com mais tempo livre em mãos, ela criou uma agenda de produção.
“Comecei a acordar cedo e gravar. Fazia quatro ou cinco tiktoks por dia e ia postando.”
Foi assim que sua relação com o aplicativo começou a mudar. Ela conta que, mesmo sem perceber, já tinha o hábito de atentar para o funcionamento da plataforma.
“Via muito conteúdo, o que estava viralizando, o que achava legal, o que meus amigos e as pessoas que eu seguia estavam fazendo”, diz.
A dançarina continuou nessa rotina por três meses até que foi encontrada pela Chango Digital, agência que a representa até hoje. O contrato foi assinado com a empresa ainda em 2020 e, assim, o TikTok se tornou fonte de renda e vitrine que a levou a ser vista por diferentes marcas.
A partir de então, todos os contratos que assinou para publicidade passaram – e ainda passam — pelas mãos de seu pai e da agência. “Eles têm a porcentagem deles (nos contratos) e eu tenho a minha”, diz Vanessa.
Quando o que até então era diversão virou trabalho, conciliar a faculdade com a rotina de gravações se mostrou inviável e ela trancou o curso de publicidade para se dedicar exclusivamente à nova ocupação.
Casas de gravação
Entre 2020 e 2021, as chamadas “casas de gravação” figuraram entre os assuntos mais repercutidos em diferentes plataformas, marcando o início da carreira de Vanessa como influenciadora.
Nessas casas, eram reunidos produtores de conteúdo de nichos variados e, durante semanas, a rotina era voltada para gravações, sessões de foto e colaborações entre os inquilinos – tudo organizado pela agência da influenciadora.
A ação rendeu um aumento significativo de seguidores e do interesse das parcerias com as marcas. Vanessa participou de seis casas.
“Essa foi a época em que eu comecei a crescer de verdade, porque, até então, eu tinha de um a dois milhões (de seguidores). Depois das casas de gravação, era um milhão de seguidores [a mais] por mês”, conta.
Como tiktoker veterana, Vanessa não precisa dos programas de monetização para garantir sua renda.
Mesmo assim, ela entrou para o Criativo Beta. Mas não pode monetizar boa parte dos vídeos que posta porque a plataforma não aceita pagar por vídeos que utilizem músicas com direito autoral.
O TikTok aprova apenas os hits que estão disponíveis na biblioteca do app (geralmente são áudios com menos de 1 minuto, ou seja, acabam não atendendo as regras desse programa de monetização).
Mesmo assim, ela não quer parar de dançar — pelo contrário. “Pretendo sempre evoluir na dança, porque acredito que a gente sempre tem que evoluir em tudo. Quero postar vídeos cada vez mais profissionais. Acredito que a plataforma pode me ajudar bastante”, diz.
Aos 21 anos, a influenciadora Vanessa Lopes acumula quase 30 milhões de seguidores no TikTok.
Reprodução/TikTok
Algoritmo e saúde mental
O fato de o TikTok ser uma rede de atualização frenética obriga quem tem perfil na plataforma a acompanhar esse ritmo, e para Vanessa, a rotina de produção e postagens gerou impacto negativo no passado.
“Durante muito tempo, eu me pressionei. Acabei perdendo um pouco minha cabeça”, lembra. “É igual a comediante, a você querer que o cara faça uma piada nova todo dia. O cara não vai aguentar. Não existe isso. Você estuda, pesquisa, pensa, organiza.”
Ela confessa que, atualmente, toma cuidado para não se tornar escrava da plataforma e nem de seu algoritmo, que é fator relevante para determinar o alcance do conteúdo postado.
Sua relação com o TikTok mudou ao longo dos anos, assim como suas preocupações com seu perfil na rede social. Se, lá em 2020, a prioridade era conquistar audiência, hoje ela diz que o maior desafio é não perder sua base de seguidores.
“Na real? Nosso maior medo, de quem cresceu rápido, sempre foi manter. O difícil não é crescer, nem ficar conhecida. O difícil é se manter ali”, confessa.
“Isso é algo que mexe muito com a cabeça das pessoas. Trabalhei muito para entender que tenho meu nicho, tenho meu nome, estou lá. Tenho que trabalhar, mas por mim. Antes, eu era uma escrava pesada da plataforma.”