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‘Rise of the ronin’ é menos ‘Ghost of Tsushima’ e mais RPG japonês desenfreado; g1 jogou

Novo game de samurai exclusivo do PlayStation 5 é divertido e oferece inúmeras possibilidades a fãs do gênero, mas confunde com exagero de conteúdo. “Rise of the ronin” (ou “A ascensão de ronin”, como por algum motivo a Sony traduziu para o Brasil) não é o novo “Ghost of Tsushima” que o povo precisa, mas com certeza vai ajudar fãs do game a superar por ora a necessidade de um joguinho de samurai.
Um novo RPG de ação com os lendários guerreiros japoneses, é fácil de entender por que muita gente viu relação entre o exclusivo do PlayStation 5 lançado na última sexta-feira (22) e o clássico recente de 2020.
O game desenvolvido pela japonesa Team Ninja, criadora de franquias como “Ninja Gaiden” e “Nioh”, não tem o sistema de combate complexo e a história cativante responsáveis pelo sucesso do antecessor.
“Rise of the ronin” está mais para uma boa mistura desenfreada dos estilos de RPG de ação dos Estados Unidos, Europa e Japão – e se isso parece muita coisa, bem, é porque realmente é mesmo.
Não é que seja ruim. Bem longe disso. O jogo é extremamente divertido e tem um potencial de entretenimento gigantesco por muitas horas, mas oferece tantas possibilidades que por muitas vezes confunde e até intimida o jogador.
Assista ao trailer de ‘Rise of the ronin’
Resgate do ronin
Com uma perspectiva na terceira pessoa, “Rise of the ronin” permite que o jogador crie seu próprio protagonista para colocá-lo no Japão do século 19, quando o país se aproximava do fim de sua era de samurais.
Criado desde criança junto de um amigo (ou amiga, também personalizável), o herói (ou heroína) passa por um treinamento para formar uma dupla de guerreiros conhecida como Lâminas Gêmeas.
Quando o parceiro é capturado por forças inimigas durante uma das primeiras missões, o jogador deve viajar por três regiões de mundo aberto para encontrá-lo – enquanto conhece novos aliados e decide a qual lado da iminente guerra civil se unirá.
‘Rise of the ronin’
Divulgação
‘Rashomon’, alguém?
Ao contrário de “Ghost”, no qual o protagonista até podia escolher a ordem das missões disponíveis, mas deveria seguir a história pré-determinada pelo game, em “Ronin” as decisões influenciam a trama.
Logo no começo, por exemplo, é possível escolher entre matar ou não um chefe inimigo. Ele depois pode se juntar a seu grupo de aliados e até ajudar em algumas missões – já que a maior parte delas pode ser jogada online com outros dois jogadores ou com personagens aliados controlados por inteligência artificial.
Se a qualidade e complexidade do combate não chega aos pés do maior trunfo de “Ghost”, não é possível desqualificá-lo totalmente. Há variedade suficiente ali de golpes, estilos, armas principais, armas secundárias, defesas, esquivas e contra-ataques para torná-lo levemente desafiador – por outro lado, é tanta opção que dificilmente todas são utilizadas.
A impressão que fica é que os desenvolvedores miraram em um nível de dificuldade no melhor estilo “soulslike” (daqueles bem complicados, da série “Demon’s souls”), mas atingiram a velha guarda do “hack and slash”. Na dúvida, alterne entre ataques e esquivas.
‘Rise of the ronin’
Divulgação
Foco é bom
As decisões que influenciam a trama e as diversas armas – influenciadas, por sua vez, pelos diferentes atributos do protagonista, que recebem uma árvore de habilidades igualmente confusa – não são as únicas possibilidades disponíveis para o jogador.
Nas três áreas diferentes, há os clássicos objetivos de encontrar baús ou animais perdidos, desafios com recompensas variadas, acampamentos inimigos que podem ser liberados para aumentar a afinidade com a região, pequenos (e divertidos) quebra-cabeças, eventos aleatórios e uma infinidade de personagens cuja amizade pode ser desenvolvida em troca de itens, pontos de habilidades ou melhoria em posturas com armas específicas.
Parece muito – e é mesmo.
Para completistas malucos e levemente apaixonados por samurais, “Rise of the ronin” é um prato cheio de distrações. Para quem só quer uma distração descompromissada, pode ser um tanto avassalador.
Com um pouco de foco, poderia ser o game do ano – mas não há nada de errado em ser “apenas” dezenas de horas de diversão.
‘Rise of the ronin’
Divulgação