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João Vicenti, gaiteiro morto aos 58 anos, foi o músico que pôs tempero gaúcho no som roqueiro da banda Nenhum de Nós

Tecladista deu brilho especial ao álbum acústico gravado pelo grupo em 1994 em Porto Alegre (RS). João Vicenti (1965 – 2024) morre aos 58 anos, em Porto Alegre (RS), vítima de insuficiência hepática, após 30 anos na banda Nenhum de Nós
Reprodução / Rede social
♪ OBITUÁRIO – No dicionário musical do sul do Brasil, acordeom é gaita e quem toca sanfona é chamado de gaiteiro. O toque regional da música pop gaúcha geralmente vem do acordeom.
Foi por isso que a banda gaúcha Nenhum de Nós, surgida em 1986 em Porto Alegre (RS) e alçada instantaneamente ao estrelato, se beneficiou ao incorporar o gaiteiro e tecladista João Vicenti Vieira dos Santos (11 de agosto de 1965 – 26 de março de 2024) à formação do grupo a partir de 1994.
Morto às 23h da noite de ontem, aos 58 anos, em hospital de Porto Alegre (RS), vítima de insuficiência hepática decorrente de câncer no rim, João Vicenti foi o músico que pôs tempero gaúcho no som roqueiro do Nenhum de Nós.
Vicenti juntou pela primeira vez à banda do vocalista Thedy Correa em 1992, como músico convidado, na gravação do álbum Nenhum de nós (1992), para tocar piano e acordeom na gravação da música Sinais de fumaça (Thedy Correa e Veco Marques).
Com a efetivação na banda em 1994, João Vicenti deu brilho especial à gravação do álbum acústico gravado ao vivo pela banda no outono daquele ano de 1994, há 30 anos, em show no Theatro São Pedro, em Porto Alegre (RS). No disco, lançado ainda em 1994 na onda dos acústicos feitos com e sem o selo e os recursos da MTV, Vicenti tocou piano e acordeom.
Desde então, o gaiteiro permaneceu oficialmente na formação do grupo Nenhum de Nós, sendo reconhecido no universo musical gaúcho como um grande instrumentista. Basta ouvir a introdução da gravação original da música Vou deixar que você se vá (Thedy Correa e Edgard Scandurra), na abertura do álbum Mundo diablo (1996), para atestar o virtuosismo do gaiteiro.
Nascido em São Gabriel (RS), cidade do interior do Rio Grande do Sul, João Vicenti permaneceu longe demais das capitais para merecer um reconhecimento em escala nacional que, triste e ironicamente, acontece somente no momento da saída de cena do músico gaúcho.