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Denise Assunção, voz vanguardista da música e do teatro, sai de cena em São Paulo

Morte da artista paulista, aos 67 anos, joga luz sobre carreira que incluiu shows como ‘Pantera’, atuações na banda do irmão Itamar Assumpção e passagem pela companhia do diretor José Celso Martinez Corrêa. ♪ OBITUÁRIO – Em 1968, Denise Assunção (5 de dezembro de 1956 – 4 de janeiro de 2024) tinha 12 anos quando subiu ao palco pela primeira vez para cantar e tocar percussão em montagem da peça Arena conta Zumbi (1965) em São Paulo (SP).
Em novembro de 2023, a artista paulista tinha 67 anos quando subiu ao palco pela última vez, também em São Paulo (SP), para fazer show com o repertório de compositores como Cartola (1908 – 1980), Noel Rosa (1910 – 1937) e Itamar Assumpção (1949 – 2003), irmão de Denise.
Entre 1968 e 2023, Denise Assunção foi uma voz da música e do teatro que reverberou a ancestralidade ao longo de 55 anos de trajetória artística até sair de cena na manhã de hoje, 4 de janeiro, no Hospital das Clínicas de São Paulo, em decorrência de complicações de câncer no intestino. A morte da artista foi anunciada em rede social pelo Instituto Museu Itamar Assumpção.
Atriz, cantora e compositora nascida em Tietê (SP), Denise Assunção pavimentou o próprio caminho, mas esse caminho se cruzou várias vezes com o de Itamar Assumpção, um dos arquitetos da Vanguarda Paulista, movimento que renovou a música brasileira a partir de 1980.
Nos anos 1980, Denise integrou a banda de Itamar, Isca de Polícia, e reverberou as conquistas dessa vanguarda paulistana no primeiro e único disco solo, A maior bandeira brasileira, lançado em 1990.
O cancioneiro autoral de Itamar sempre foi recorrente nos shows de Denise, como Câmeras observando, microfones ligados (2016) e Pantera (2021), este apresentado em São Paulo (SP) sob direção de Alexandre Borges.
Além de ter atuado no cinema, a artista também esteve ligada à vanguarda nas artes cênicas, por ter integrado companhias de dramaturgia arrojada, sobretudo o Teatro Oficina, orquestrado de forma dionisíaca pelo diretor José Celso Martinez Corrêa (1937 – 2023).
Sem jamais se curvar às imposições do mercado, Denise Assunção foi voz vanguardista da música e do teatro.

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