Céline Dion fala sobre saúde e tratamento de síndrome rara: ‘Um dia de cada vez’
Artistas foi diagnosticada com condição neurológica conhecida como síndrome da pessoa rígida, em 2022. Cantora ainda não sabe quando retornará aos palcos. Céline Dion durante aparição surpresa no ‘Grammy 2024’, em 4 de fevereiro de 2024
REUTERS/Mike Blake
A estrela canadense do pop Céline Dion, que sofre de um transtorno neurológico raro, disse que está bem, mas que vive “um dia de cada vez”. A afirmação foi feita na primeira entrevista dela desde que anunciou o diagnóstico que a fez cancelar shows.
Céline revelou em 2022 que havia sido diagnosticada com uma condição neurológica conhecida como síndrome da pessoa rígida (SPR). A doença provoca rigidez muscular, causa dores agudas e afeta a mobilidade.
Capa da edição de maio da revista Vogue da França, Céline disse que está bem, mas que a condição dela requer “muito trabalho”.
“Cinco dias por semana eu me submeto a terapia atlética, física e vocal. Não venci a doença, pois ela está e sempre estará dentro de mim. Espero um milagre, uma forma de curá-la com pesquisas científicas. Mas, por enquanto, tenho que aprender a viver com ela”, declarou a cantora.
Sobre a possibilidade de voltar aos palcos, Céline disse à revista que, no momento, não pode responder: “Não sei. Meu corpo me dirá.”
Desde que o diagnóstico foi revelado, a cantora fez poucas aparições públicas. Recentemente, ela anunciou a produção de um documentário sobre a vida dela, chamado “I Am: Céline Dion”.
Em fevereiro, ela fez uma aparição surpresa no Grammy 2024 e subiu ao palco para anunciar o prêmio de melhor álbum do ano — vencido por Taylor Swift, com “Midnights”.
O que é a síndrome da pessoa rígida?
Considerada uma doença rara do sistema nervoso, a síndrome de stiff-person, ou síndrome da pessoa rígida (SPR), não tem cura.
“A síndrome da pessoa rígida é uma síndrome neurológica rara, imunomediada e caracteriza-se por uma rigidez muscular, que afeta os músculos do tronco, dos braços e pernas. Ocasionalmente, essa síndrome pode ser restrita só a uma perna”, explica Alex Baeta, neurologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Baeta ressalta que os principais sintomas da síndrome são rigidez dos músculos e espasmos musculares.
Segundo o Instituto Nacional de Saúde (NIH – National Institute of Health), agência governamental do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, posturas anormais, a síndrome afeta duas vezes mais mulheres do que homens e, na maioria das vezes, está associada a outras doenças autoimunes, como diabetes, vitiligo, anemia, tireoidite.
“Os cientistas ainda não entendem o que causa o SPR, mas pesquisas indicam que é o resultado de uma resposta autoimune que deu errado no cérebro e na medula espinhal”, esclarece o NIH.
O tratamento é individualizado, depende de cada paciente. Os medicamentos ajudam a controlar e melhorar os sintomas da síndrome da pessoa rígida, mas não cura o distúrbio.