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Antonia Medeiros é habilidosa operária da canção brasileira no segundo álbum

Programado para 4 de julho, o disco solo da artista carioca mostra compositora inspirada ao longo de sete músicas autorais gravadas com participações das cantoras Juliana Linhares e Zélia Duncan. Antonia Medeiros lança o segundo álbum solo, ‘Operária da canção’, gravado com produção musical de Gabriel Quinto
Aloysio Araripe / Divulgação
Capa do álbum ‘Operária da canção’, de Antonia Medeiros
Aloysio Araripe
Resenha de álbum
Título: Operária da canção
Artista: Antonia Medeiros
Edição: Edição independente de Antonia Medeiros
Cotação: ★ ★ ★ ★
♪ Integrante dos grupos vocais Consoantes e Ordinarius, Antonia Medeiros apresenta em 4 de julho o segundo disco solo, Operária da canção.
Apresentada em single editado em 24 de maio, a serelepe música-título foi gravada com a adesão vocal de Zélia Duncan na pisada de estilizado baião. Na letra de Operária da canção, Antonia Medeiros saúda a força motriz que a mantém feliz na caminhada como artista, mesmo com todos os percalços do percurso.
Motriz, aliás, é o título do primeiro disco solo de Medeiros, lançado em março de 2021 com sete músicas. Em Operária da canção, álbum gravado com produção musical de Gabriel Quinto, a cantora e compositora carioca – também atriz e professora de violão – mostra força ao alinhar mais sete músicas de lavra própria.
Além da música-título e de Esse rapaz (faixa apresentada em 25 de abril como primeiro single do álbum), o repertório autoral de Operária da canção destaca Será, tema em que música, letra, canto (o de Antonia Medeiros e o da convidada Juliana Linhares) e arranjo (encorpado com cordas) se afinam em um todo denso e harmônico.
Essa densidade se contrapõe com a delicadeza de Razão de ser, outra música deste coeso disco em que Antonia Medeiros também apresenta Água – faixa cantada a capella, de início em solo vocal da artista e depois em coro encorpado com as vozes de Beatriz Coimbra, Cadu Fausto, Carol Vanni, Déborah Cecília, Gabriel Ruiz, Guilherme Imia, Gustavo Pereira, Katarina Assef, Luísa Lacerda, Mari Jasca, Matias Corrêa,, Sanlai Fernandes, Tom Andrade e Zé Motta – e o samba Novas linhas.
Samba feminista que rejeita a competição entre mulheres (muitas vezes fomentada por homens), Novas linhas se afina com o tom gregário de Salve todas, música jogada por Antonia Medeiros na internet em dezembro de 2021 em gravação que viralizou e gerou a edição oficial da música em single lançado em 8 de março de 2022.
E por falar na rede, onde a artista já contabiliza milhares de seguidores somente com a força motriz da música, Antonia Medeiros questiona as manhas e manias do mundo digital no irônico samba-rock Essa vida de internet, outra boa música deste álbum sedutor que reitera o talento da cantora e sobretudo dessa compositora de 27 anos.
Sim, Antonia Medeiros é habilidosa operária carioca da canção brasileira.
Zélia Duncan (à esquerda) com Antonia Medeiros na gravação de ‘Operária da canção’, música-título do disco
Reprodução / Instagram Antonia Medeiros