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Alec Baldwin chega a tribunal para início de julgamento por homicídio culposo após disparo em set de ‘Rust’

Ator enfrenta julgamento quase três anos após disparo de arma manuseada por ele matar a diretora de fotografia Halyna Hutchins em ensaio de gravação de filme. O ator Alec Baldwin chega acompanhado do advogado Luke Nikas a tribunal em Santa Fe para início de julgamento por homicídio culposo
AP Photo/Ross D. Franklin
O ator americano Alec Baldwin chegou ao tribunal do Novo México nesta terça-feira (9) para o início de seu julgamento por homicídio culposo após o disparo fatal que matou uma mulher no set onde filmavam “Rust”.
Em 2021, a estrela de Hollywood apontava um revólver para a diretora de fotografia, Halyna Hutchins, durante o ensaio para uma cena do filme, quando a arma disparou uma bala que a matou.
Baldwin, de 66 anos, disse que não sabia que a arma estava carregada e que não puxou o gatilho.
Os promotores alegam que ele agiu de forma irresponsável no set e mudou repetidamente sua versão dos fatos desde o trágico incidente de 21 de outubro de 2021.
Várias tentativas da defesa de Baldwin de arquivar o caso falharam. A seleção do júri teve início na manhã desta terça-feira (9).
Em uma prova dos desafios de um caso tão midiático, apenas um par dos jurados pré-selecionados levantou a mão quando o juiz perguntou quem não tinha escutado nada sobre o disparo no set de “Rust”.
Com a fama de Baldwin e a raridade das mortes nos sets de indústria com altos níveis de controle nos Estados Unidos, a história chamou a atenção internacional.
Também polarizou opiniões: de um lado há quem veja Baldwin, um ator que desconhecia que a arma tinha uma bala verdadeira, como vítima, e de outro, aqueles que consideram a morte uma consequência de seu comportamento supostamente irresponsável.
“Ver o comportamento do Sr. Baldwin no set de ‘Rust’ é ver um homem que não tem absolutamente nenhum controle sobre suas emoções e não se preocupa como seu comportamento afeta as pessoas ao seu redor”, disse a promotora especial Kari Morrissey.
Se for considerado culpado, o ator pode pegar até 18 meses de prisão. Resta saber se ele falará em sua defesa.
Os argumentos iniciais de ambas as partes devem ser apresentados na quarta-feira (10). O julgamento deve durar cerca de dez dias.
Regras básicas de segurança
A morte de Hutchins ocorreu em uma tarde ensolarada em uma pequena capela que faz parte do Rancho Bonanza Creek, a cerca de 30 quilômetros de Santa Fé.
Baldwin ensaiava uma cena na qual seu personagem, um foragido encurralado em uma igreja, saca seu revólver.
O ator afirma que lhe disseram que a arma estava “fria”, o que na gíria do cinema significa sem munição e segura para uso.
Balas reais são proibidas em sets, e Baldwin argumenta que não é sua responsabilidade, como ator, verificar se a regra foi respeitada.
O julgamento de Hannah Gutierrez, a jovem armeira (responsável por fazer manutenção das armas) de ‘Rust’, revelou vários dos argumentos que a acusação utilizará contra Baldwin, um dos produtores do filme. Em abril, Hannah foi condenada a 18 meses de prisão.
Na época, os advogados de Gutierrez disseram que Baldwin “violou algumas das regras mais básicas de manuseio de armas que existem”.
“A conduta de Alec Baldwin e a sua falta de segurança no manuseio de armas dentro da igreja naquele dia é algo pelo qual ele terá de responder”, disse Morrissey.
Ponto para a defesa
O ator Alec Baldwin chega a tribunal em Santa Fe para início de julgamento por homicídio culposo
AP Photo/Ross D. Franklin
Baldwin compareceu ao tribunal vestindo terno escuro, óculos e cabelo curto.
Na audiência preliminar, sua defesa marcou um ponto quando a juíza Mary Marlowe Sommer descartou utilizar as responsabilidades adicionais de Baldwin como produtor executivo de ‘Rust’ para incriminá-lo.
Mas levar o caso ao tribunal já é uma vitória para a acusação, que enfrentou várias tentativas da defesa do ator para impedir o julgamento. Em uma delas, apresentou o argumento de que o FBI danificou a arma em testes periciais.
O FBI concluiu que a arma não teria sido disparada sem que o gatilho fosse puxado, o que a defesa alega que não pôde contestar devido ao que aconteceu com o revólver.
O argumento não convenceu a juíza, que decidiu prosseguir com o julgamento.